Transferir um arquivo pode ser fácil. Ou pode ser uma dor de cabeça sem fim: se você não possui um cabo USB a mão, as chances de você conseguir a transferência em menos de cinco minutos é improvável. Apesar dos serviços em nuvem estarem cada vez mais populares, a transferência física é mais confiável, mais rápida e, na teoria, mais segura. Esta é a proposta do SanDisk Ultra Dual Drive.
A SanDisk me disponibilizou para testes o modelo m3.0: um pendrive com conexão microUSB e USB-A. Isso significa que, além de ser utilizado como um pendrive tradicional, ele também pode ser conectado a um smartphone ou tablet, fazendo uma transferência de arquivos fácil e rápida entre dois dispositivos distintos, que pode suprir a falta de uma conexão a internet ou de nuvem no momento.
A SanDisk enviou o modelo de 16GB com conexão USB 3.0 (*apenas* para computadores). Durante quase um mês, testei o dispositivo em várias circunstâncias e com dois smartphones distintos: um LG G2 e um Samsung Galaxy A5 2016, ambos dotados da tecnologia USB On-The-Go, que permite o uso de periféricos em suas entradas. Confira o review completo:
Design: demasiadamente questionável
Um dos pontos que mais me chamou a atenção no Dual Drive é o design curioso. Do tamanho de uma borracha, o Dual Drive pesa apenas 5,2 gramas. O produto é composto por um lado microUSB e um lado USB. Para alternar entre ambos, é necesário deslizar uma conexão até a ponta. Para trocar, o processo também é o mesmo. Nenhuma das pontas consegue ficar fixa no dispositivo.
Porém, notei que existe a abstinência de uma trava entre ambas as conexões. Isto é: é necessário ficar segurando no meio do pendrive para conectar o mesmo ao dispositivo. Isso me faz questionar a falta de uma trava ou uma possível melhora no design, que poderia ajudar neste problema. De padrão, ambas as conexões ficam “paradas” no meio do produto, onde fica uma espécie de aba para chaveiro.
Outro ponto que notei facilmente foi a falta de uma proteção no topo do produto para proteger as conexões. A impressão que tive é que ambas estão muito expostas a condições ambientais, e que podem levar a condições adversas do produto, como enferrujamento e danos similares. A única parte “fechada” é onde estão os principais componentes integrados. A lateral do produto é feita em um plástico translúcido na cor cinza.
Desempenho: o que esperar de um drive USB 3.0?
O que esperar de um drive USB 3.0? Um desempenho consistente, confiável e rápido. O desempenho do pendrive foi testado em uma máquina Acer Aspire E1-572, com uma porta USB 3.0. Para realizar o teste, utilizei o programa USBFlashSpeed – que faz um benchmark consistente e rápido – além do HDTune 2.55. Houveram algumas divergências na média da taxa de leitura: o HDTune acusou uma média de 36.7 MB/s, enquanto o USBFS acusava 33.02 MB/s.
A taxa de escrita do pendrive ficou em 18.68 MB/s, aceitável para a escrita fácil dos arquivos. Todos os aplicativos de benchmark identificaram o exemplar cedido pela SanDisk com 15GB, 1GB a menos que o anunciado. Na lista global de benchmarks, outros dispositivos eram mostrados com a mesma redução: dispositivos com 64GB eram identificados com 62, e por aí vai, mostrando a capacidade real do produto.
A taxa de acesso, mensurada pelo HDTune, ficou em 1.2 ms, também aceitável para um dispositivo com USB 3.0. O USB 3.0 – identificado pela cor azul na conexão USB – permite maiores taxas de escrita e leitura, além de maior confiabilidade. Este padrão vem se popularizando há algum tempo, e todas as máquinas mais novas já possuem este padrão – benéfico para o consumidor. Smartphones, como o Galaxy S5, também suportam o padrão, mas contam com um padrão diferenciado na conexão microUSB.
Acesso móvel: existe um app pra isso
A conexão móvel do Dual Drive também possui um aplicativo para sincronização: chamado de Memory Zone, ele permite realizar backups de maneira sincronizada e fácil. A interface, apesar de ser relativamente confusa, apresenta desde opções de exploração do armazenamento, até as opções de gerenciar a memória do dispositivo. Porém, notei que, ao usar o aplicativo, o acesso USB (geral) acaba se limitando apenas ao aplicativo.
Os arquivos copiados também ficaram com uma extensão estranha e totalmente aleatória. Foi preciso renomear todos eles de volta para PNG para que o meu computador pudesse reconhecer. Infelizmente, um grave problema do aplicativo Memory Zone – que espero que seja corrigido em breve. No restante, é preferível usar o gerenciador normal do seu aparelho, aquele que a fabricante manda.
Preço: a similaridade do Dual Drive m3.0 com os modelos convencionais começa aí?
Custando cerca de R$40, o SanDisk Dual Drive m3.0 chega num patamar demasiadamente similar ao dos pendrives da série Ultra convencionais, que custam entre R$25 e R$40. Alguns trocados a mais podem levar a um pendrive híbrido, e que vale cada centavo que custa. O produto, porém, está disponível em poucas lojas, já que existem outros produtos da mesma linha – e da mesma especificação – no mercado.